Retomada econômica da América Latina são lideradas por Brasil e Chile

Realizada em São Paulo, no dia 10 de abril, a 5ª edição da Country Risk, promovida pela seguradora de crédito francesa Coface, abordou temas como perspectivas políticas para o país, tendências macroeconômicas mundiais e da América Latina e o Risco País, que avalia 160 países em uma escala de oito níveis, de risco muito baixo a risco extremo.

A Avaliação de Risco Setorial da Coface, que abrange 13 setores em seis regiões geográficas envolvendo 24 países que representam quase 85% do PIB mundial, é feita numa escala de quatro níveis: risco baixo, risco médio, risco elevado e risco muito elevado.

O resultado dos estudos deste ano demonstra que a América Latina voltou a crescer em 2017, depois de dois anos de recessão. Segundo Patrícia Krause, economista da Coface para América Latina, em 2017 houve uma alta de 1,1% com estimativa de +2,4% em 2018, crescimento que deve ser liderado por Brasil e Chile.

Segundo Krause, a estimativa da Argentina foi revisada para baixo por conta da seca e dos recentes acontecimentos. Para a economista, as moedas começam a reportar maior volatilidade e, por ora, ainda há espaço para política monetária expansionista na região, com exceção da Argentina e do México.

O longo calendário eleitoral em 2018 e cenário de maior protecionismo global são riscos a serem monitorados. No dia 27 de maio aconteceu o primeiro turno das eleições na Colômbia, com segundo turno em 17 de junho. Já no México, as eleições terão apenas um turno e acontecerão no dia 1º de julho. No Brasil, as eleições ocorrem nos dias 7 (primeiro turno) e 28 de outubro (segundo turno), com o cenário ainda muito incerto, sendo difícil prever qualquer movimentação política mais assertiva.

Na América Latina, as taxas de juros ainda estão em níveis historicamente baixos. “Se o prêmio de risco subir abruptamente, bancos centrais ficariam sob pressão para aumentar as taxas”, explica Patricia. Em março deste ano, as taxas eram as seguintes: 2,5% no Chile, 2,75% no Peru, 4,25% na Colômbia, 6,5% no Brasil e 7,5% no México.

A projeção do PIB de 2018 no Brasil caiu para 2,5%, ante 2,8% anteriormente, já que o País não terá uma retomada forte e de longo prazo. Essa revisão se deu em função, principalmente, pelos dados de atividade aquém do esperado no primeiro trimestre do ano. “Também começamos a sentir o efeito da forte queda da Selic sobre as taxas cobradas pelos bancos comerciais, mas ela não deve cair mais do que 6,25%; pois, por mais que a inflação esteja baixa, a pressão sobre o câmbio é muito forte”, comenta a economista.

Guerra comercial

De acordo com a Coface, o crescimento mundial alcançou seu máximo, com uma previsão de 3.2% em 2018, e já começa a mostrar sinais de fraquezas nos países avançados. Há uma tendência de insolvência empresarial que confirma este cenário. Em 2017 apresentou uma queda sem precedentes em seus números e para 2018 espera-se uma tendência de baixa de -7% na zona do Euro e -5% nos Estados Unidos. Em Portugal, está se aproveitando uma dinâmica de crescimento, a avaliação de risco país foi melhorada para A2.

O ciclo econômico dos Estados Unidos está normalmente à frente dos ciclos de países da Zona do Euro e dos emergentes. Se a confiança das empresas e a taxa de utilização da capacidade de produção dos Estados Unidos sugerem uma duração recorde do ciclo atual, o índice de confiança das empresas agora demonstra claramente que o pico máximo foi superado.

Desde a eleição de Donald Trump, a retórica protecionista foi desencadeada no mundo e o espectro de uma guerra comercial poderia explicar a deterioração da confiança das empresas. “A Coface espera que Donald Trump continue anunciando medidas protecionistas antes das eleições que ocorrerão em novembro de 2018, as quais poderiam afetar o desempenho empresarial”, afirma Bart Pattyn, presidente e CEO da Coface América Latina.

Pattyn explica que, no curto prazo, medidas de imposição de tarifas sobre alguns produtos chineses não teriam impacto significativo na economia real ou sobre a boa dinâmica de comércio mundial. No longo prazo, a guerra comercial aberta entre China e Estados Unidos poderia intensificar-se em alguns setores como tecnologia da informação e comunicações.

O risco será menor para os negócios

Em uma demanda mundial crescente, o aumento dos preços de petróleo permitiu que a Coface melhorasse a avaliação de risco de D para C para Nigéria, oitavo exportador de petróleo, assim como também a avaliação do setor de energia no Brasil (risco médio) e Argentina (risco médio).

No Chile, devido aos investimentos em fontes de energia renováveis que o país tem feito nos últimos anos (baixo risco), o setor foi revisado para cima. A melhora na avaliação do risco país da África do Sul para B, levou em consideração estes fatores, além da recuperação da aceleração econômica, impulsionada pela produção do setor químico, que agora se encontra como risco médio, e o setor de papel (risco médio), assim como as vendas no varejo que também estão em médio risco. Por outro lado, as commodities mais caras prejudicaram os países importadores como Tunísia, pais cuja avaliação foi rebaixada para C.

Mesmo com as sanções do ocidente, a Rússia está se recuperando, tendo o principal motor o consumo doméstico e, em menor grau, o retorno dos investimentos empresariais, que resultam em uma melhora na avaliação de risco para os setores químico, agora em risco baixo, papel em risco médio e construção em risco alto.

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