Artigo IBREI: Você está pronto para a retomada do seu negócio?
Embora até o momento não se tenha uma perspectiva de quanto tempo ficaremos neste estado de paralisação, os mercados internacionais já se mostram totalmente otimistas para a retomada de suas atividades. A preparação para este momento se inicia agora!
Após presenciarmos a retomada gradual da economia chinesa – mesmo com a presença de novos casos da doença e a possibilidade de uma segunda onda, em menor escala, na região de Hubei – passamos a ver o mesmo cenário em formação na Europa. Mais especificamente, Áustria e Itália tem sido protagonista do início da reabertura gradual.
Da mesma forma, os Estados Unidos, principalmente após noticiar publicamente uma queda do número de mortos, tem dado fortes sinais de acelerar a reabertura da economia.
No caso do governo norte-americano, o Centro de Controle e Prevenções de Doenças (CDC) acredita que uma reabertura deve ser feita de forma gradual, acreditando na importância da preparação dos Estados para este retorno. Parece-nos que este cenário ocorrerá ainda em 1º de maio de 2020.
De outro lado, o discurso de retomada em nosso país ganha força, principalmente ao ressaltarmos os dados divulgados pela CNI – Confederação Nacional da Indústria. Em sua consulta empresarial do mês de março deste ano, o estudo revelou que os impactos da pandemia têm se mostrado crescentes, com 92% das empresas consultadas impactadas negativamente, das quais 40% de maneira grave.
Pensando nestes dados, ao compararmos com a movimentação apresentada no âmbito do mercado externo, cabe a reflexão sobre a forma como iremos retornar as nossas atividades.
Não obstante, é fácil concluir, pelos indicadores, que a movimentação do mercado interno será severamente impactada por um grande período. A ausência de preparo para este momento certamente culminará em grande dificuldade para o empresariado. Não estamos falando somente em território brasileiro, mas em todos os mercados hegemônicos que hoje são considerados totalmente voláteis e inseguros.
Assim, fica a pergunta: O que devemos fazer? Como se preparar para uma retomada menos traumática e mais eficiente?
Bem, segundo o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP, Rudinei Toneto Junior, a resposta não é tão simples, uma vez que não há crise semelhante a essa. Nas palavras do professor, “é muito difícil prever agora o quanto as cadeias de produção serão interrompidas, o quanto o fechamento da China, que agora está retomando, interferiu, quantas indústrias brasileiras vão ter que paralisar por causa de matéria prima e o quanto essa quarentena da população vai afetar os setores”.
Nessa linha, se adiciona como tempero o fato de termos no Brasil um momento de polarização política que dificulta ainda mais uma tomada de decisão pelo governo e o encaminhamento de medidas protetivas ao mercado.
Uma das principais medidas necessárias para uma retomada menos traumática é o efeito que a política monetária, quando aplicada, produzirá. Sabemos da dificuldade operacional do governo em aplicar as medidas com velocidade e dinamismo, entretanto, parece-nos que este esforço servirá de fôlego para que o mercado empresarial possa se reorganizar, estrategicamente, e adotar melhores medidas de contenção e desenvolvimento.
Lembramos, ainda, que por mais dificultoso e denso que seja a construção de retomada do comércio, de um segmento e até de um setor específico, fato é que precisará ser feito. A hora é agora! Pensemos e repensemos nas estratégias para que a cicatriz seja a menor possível. Acreditamos no Brasil e lutaremos por dias melhores.
Arthur Martinho, VP Internacional do IBREI e Rafael Bernardi, diretor de Relações Governamentais do IBREI