Análise SWOT: imprescindível para iniciar um negócio em tempos de pandemia
A quarentena imposta em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) mudou a realidade de muitas pessoas e empresas. Em momentos de crise, a criatividade é aguçada e novas ideias começam a surgir. Produtos, ações e projetos que talvez estivessem guardados na gaveta passam a ter prioridade em um novo cenário, onde a capacidade de se reinventar será crucial para a sobrevivência financeira com possibilidades reais de ascensão.
Enxergar oportunidades em momentos de crise é o primeiro passo na caminhada da construção do projeto que poderá trazer o sucesso esperado. No entanto, a preparação para a execução do plano é, sem dúvida, a parte mais importante e que determinará os rumos para se alcançar o intento. Nessa fase, é fundamental conhecer os pontos fortes e fracos do projeto, a sua relação com o mercado e quais são as chances de se obter êxito.
Conhecida nos meios acadêmico e corporativo, a análise SWOT (ou FOFA) é uma ferramenta extremamente eficaz, utilizada no sentido de auxiliar pessoas ou organizações a identificar fatores críticos relacionados à competição em negócios ou planejamento de projetos. O criador da técnica foi Albert Humphrey, líder de pesquisa na Universidade Stanford nas décadas de 1960 e 1970.
A sigla SWOT é formada pelas letras iniciais das palavras em inglês strengths, weaknesses, opportunities e threats, que significam respectivamente forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Para o português, foi feita uma adaptação e as iniciais destes termos compõem a sigla FOFA.
A função dessa análise é avaliar os ambientes interno e externo quanto à possibilidade de realização de um projeto ou empreendimento, formulando táticas para otimizar o desempenho no mercado. Nesse contexto, são analisadas forças e fraquezas no âmbito do próprio negócio e também as oportunidades e ameaças existentes de forma externa à organização.
Ambiente interno
Na esfera interna, a análise SWOT envolve as atividades promovidas dentro da própria organização, considerando todos os processos relacionados a esta, a exemplo de capacidade intelectual, tecnologia utilizada, ações de comunicação e marketing, cultura organizacional, gestão de projetos, entre outros.
No ambiente interno, é necessário analisar as forças e fraquezas considerando alguns critérios, tais como: localização, reputação, gestão, tempo de mercado, recursos financeiros e humanos, acesso à matéria-prima, produção, capacidade de operação, criação, marketing, relacionamento estratégico com grandes empresas e portfólio dos clientes.
Forças
O foco desta parte da análise é verificar se a empresa é realmente boa, buscando as aptidões mais fortes e, em consequência, suas vantagens sobre a concorrência. Quanto melhor for o posicionamento da empresa, maior será a importância desses diferenciais. Para uma definição mais precisa, é necessário responder às seguintes questões:
– Atividades: quais são as realizadas da melhor forma?
– Recursos: quais são os melhores?
– Vantagens: qual é a mais competitiva?
– Clientes: qual é o nível de engajamento deles?
Fraquezas
As características que tendem a interferir ou até a prejudicar o desenvolvimento dos negócios também são objetos da análise SWOT. São os chamados “pontos fracos internos”, que podem ser encontrados a partir dos questionamentos abaixo:
– A minha mão-de-obra é capacitada?
– Há lacunas de treinamento?
– Por que a concorrência é escolhida?
– Por que meu engajamento não funciona?
As fraquezas devem ser observadas e analisadas isoladamente para uma percepção mais efetiva dos fatores que as causam. A partir disso, podem ser encontradas medidas para minimizá-las e corrigi-las.
Ambiente externo
No âmbito externo à organização, questões relacionadas à política, taxa de juros, mudanças na legislação, crises econômicas, desastres ambientais, concorrência, entre outras, devem ser objeto de análise. Por isso, é importante que a empresa esteja atenta a tudo que envolve o seu mercado, a fim de saber lidar de forma eficaz com quaisquer acontecimentos.
A análise SWOT relacionada ao ambiente externo envolve o microambiente e o macroambiente. O primeiro está relacionado às forças que trabalham em seu ramo de atividade e à forma como se relaciona com elas.
Dentre os aspectos que podem ser tratados como oportunidades ou ameaças no microambiente destacam-se: o comportamento dos clientes e seu poder de barganha; a quantidade de concorrentes na região, como é o relacionamento deles e o nível de rivalidade; o poder de negociação da empresa e de seus fornecedores; quais soluções alternativas existem para os serviços que a empresa oferece; como as entidades de classe se organizam e qual é o poder de pressão que estas exercem, entre outros.
Já o macroambiente é mais amplo, pois se refere a tudo o que está além da empresa e do segmento. Por isso, é muito importante analisar o que os índices econômicos dizem sobre o futuro do País, quais tendências da população revelam um novo comportamento social e como tudo isso influi no negócio.
Aspectos importantes devem ser observados no macroambiente, tais como: projetos de lei e os novos governantes com suas correntes ideológicas; inflação, consumo e a renda da população; natalidade, escolaridade e crescimento da população; novas tecnologias, processos operacionais e automação; costumes, valores, crenças e hábitos de consumo; além de escassez de matéria-prima, catástrofes e aumento da poluição.
Oportunidades
Em linhas gerais, tratam-se das características que vão influenciar uma empresa positivamente, indicando quais são as mudanças no mercado que, de alguma forma, podem ser convertidas em benefícios aos clientes, a exemplo de fatores econômicos e oportunidades que surgem com potencial para favorecê-los.
Ameaças
São os eventos que influenciam negativamente a empresa, sendo vinculadas a fatores externos da mesma forma que as oportunidades. É o cenário no qual se concentram todos os aspectos desfavoráveis à empresa. Além da ausência de controle sobre as questões que os originam, tais aspectos podem se transformar em grandes ameaças para o negócio.