CNC projeta alta de 2,7% para PIB
A economia brasileira cresceu 1,0% em 2017 em relação ao ano anterior, de acordo com dados das Contas Nacionais divulgados pelo IBGE. O resultado confirmou o fim da maior recessão já registrada no País e representou o melhor desempenho da economia brasileira dos últimos quatro anos. Embora a crise econômica tenha iniciado no final de 2014, naquele ano o Brasil ainda registrou crescimento de 0,5%, acumulando, nos dois anos seguintes, retração de 7,1%.
Do ponto de vista da produção, o maior responsável pelo primeiro avanço da economia brasileira em três anos foi a agropecuária, com avanço de 13,0% em relação a 2016, seguida pela indústria extrativa de petróleo, gás e minérios ferrosos (+4,3%) e o comércio (+1,8%), atividade que havia perdido 13,8% de seu valor adicionado nos dois anos anteriores.
Pela ótica das despesas, o consumo das famílias (+1,0%) e as exportações (+5,8%) impulsionaram a economia para fora do poço da recessão em 2017. “O consumo das famílias foi estimulado pela menor inflação em quase 20 anos, combinada à redução das taxas de juros. Ainda que em menor escala, a reativação do mercado de trabalho, sobretudo o informal, também contribuiu para reativar o consumo interno”, explica Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo ele, apesar de positivos, os dados do PIB de 2017 explicitam dois desafios para a economia brasileira nos próximos anos. “Primeiramente, a trajetória de recuperação que o País terá pela frente após a pior recessão da sua história será longa. E, para que o nível de geração de riqueza anterior à crise seja novamente alcançado, será fundamental superar o atual descasamento entre consumo e investimentos sob o risco de sacrifício do atual ciclo de expansão da economia e do próprio consumo”, complementa.
A percepção da CNC é que as condições que propiciaram a retomada do crescimento econômico no ano passado estão minimamente preservadas, mas há espaço significativo para a queda dos juros na ponta aos consumidores e ao setor produtivo. Assim, considerando um cenário ao final do ano no qual a inflação esteja próxima a 4% e os juros básicos em 6,5%, a entidade revisou de 2,6% para 2,7% sua expectativa de crescimento da economia brasileira para 2018.