Desembrulha Presentes Criativos aposta em venda ao consumidor final para superar pandemia

Em razão da pandemia provocada pelo coronavírus (Covid-19), governos estaduais determinaram que milhares de estabelecimentos de comércio devem manter as portas fechadas. Com a consequente crise econômica, muitas empresas aguçaram a criatividade e colocaram em prática aquilo que, até há pouco tempo, constava somente em projetos futuros.

É o caso da Desembrulha Presentes Criativos, associada da ABCasa que é importadora e distribuidora de produtos nos segmentos de decoração em geral, cozinha, produtos para uso pessoal, utilidades domésticas, infantil, entre outros. A empresa já implementou algumas ações que estavam previstas para o decorrer do ano.

Segundo o co-founder e CEO da Desembrulha, Felipe Guelfi, entre outras frentes, a empresa trabalha para melhorar a digitalização do negócio, incluindo mais metodologias de vendas on-line, tanto no B2B quanto no B2C, e estuda abrir um canal direto de vendas voltado ao cliente final, respeitando as margens de lucro dos lojistas.

Guelfi explica que, como importador, é fundamental ter o conhecimento sobre como vender o próprio produto, visando não depender apenas da receita gerada pelas vendas aos lojistas. “Vender diretamente ao cliente final não é apenas um complemento de mark-up, mas uma oportunidade de não depender somente de um canal”, ressalta.

O empresário destaca que as vendas on-line representam apenas 3,7% de todo o consumo no Brasil, sendo o restante oriundo do varejo tradicional, por meio de lojas de rua e shopping centers. Na China, as compras on-line já representam 31% do total, número que revela a dimensão do conhecimento e a aplicabilidade que os cidadãos possuem.

Ele acredita que os empresários brasileiros ainda têm um caminho muito longo a percorrer na esfera da venda on-line. “As indústrias brasileiras e importadoras já deveriam contar com uma plataforma onde os lojistas pudessem fazer pedidos e recompras por meio digital. Quem não estava preparado para isso vai sofrer muito mais para se recuperar da crise”, explica.

O CEO ainda enfatiza que o projeto de venda on-line para o cliente final foi a forma encontrada pela empresa para sair da crise, aproveitando esse momento em que as pessoas estão obrigadas a ficar em casa. Segundo ele, a população em isolamento está tendo a possibilidade de conhecer mais o ambiente digital e, a partir disso, iniciar uma mudança de hábitos e perfil de consumo.

Apesar de ter sido surpreendida com a pandemia, a Desembrulha tem feito um trabalho de reestruturação, tanto de processos internos da equipe quanto pela utilização do sistema de home-office. “Foi um passo importante que demos, já que queríamos implantar o sistema de trabalho remoto mesmo antes da crise. Para isso, temos várias ferramentas de apoio e estamos conseguindo trabalhar dessa forma com bastante produtividade, tendo inclusive obtido melhorias em algumas áreas pela facilidade no controle da operação”, assinala Guelfi.

Para o CEO, a desaceleração da economia vai depender do tempo que a pandemia irá durar. Ele avalia que a situação atual é muito grave. Por isso, é necessário que a roda da economia volte a girar, mesmo que seja aos poucos. “Trancar simplesmente toda a economia do Brasil da forma que temos visto e achar que, quando recomeçar, será tudo igual é um grande engano. Até as pessoas retomarem o hábito de consumir como antes vai demorar de seis a doze meses”, prevê.

O conselho de Guelfi é sempre “olhar a metade cheia do copo” e saber identificar as oportunidades. “É um momento de reinvenção, de criação de novas possibilidades para o negócio, de abrir a gaveta e pegar aquele projeto que estava parado e de empreender o negócio de forma mais criativa”, finaliza.

X