Receitas do setor de artigos para casa e decoração sobem em junho e mercado segue aquecido

A ABCasa (Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas e Flores) divulgou, em parceria com o IEMI Inteligência de Mercado, um balanço sobre o desempenho do setor de artigos para casa e decoração nos meses de junho e julho.

De acordo com o estudo, a receita da indústria nacional de artigos para casa e decoração no mês de junho foi de R$ 1,6 bilhão. Embora a variação acumulada no ano e nos últimos doze meses esteja em queda, o montante representa um aumento de 26% sobre o mês anterior, o que denota sinais de recuperação do setor.

Após o grande impacto negativo da pandemia na indústria do setor no início do ano, que apresentou uma queda abrupta de 34% no mês de abril, o desempenho da produção de artigos para casa vem crescendo mês a mês; 11,9% (maio) e 26% (junho).

O aquecimento no setor também é observado no varejo de artigos para casa e decoração, que cresceu 28,4% em junho em comparação ao mês de maio, totalizando R$ 4,6 bilhões em receita. No entanto, no acumulado do ano, as receitas geradas apresentaram queda de 11,7%.

Mesmo após apresentarem uma queda significativa de -35,4% em abril, totalizando R$ 2,4 milhão em receita, as vendas do varejo de artigos para casa e decoração também têm se recuperado gradualmente: R$ 3,6 milhão (maio) e R$ 4,6 milhão (junho).

Já no varejo em geral, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve um aumento de 3,8% na receita de vendas em junho em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, observou-se um aumento de 0,1%.

Inflação

No que diz respeito à inflação na produção de artigos para o segmento, o preço médio em junho aumentou 0,07% na comparação com o mês anterior. No acumulado do ano (comparado com o mesmo período do ano anterior), o aumento foi de 6,55%, enquanto nos últimos dozes meses o crescimento foi de 6,27%.

Já no varejo o preço médio no setor de artigos para casa e decoração em julho apresentou um aumento de 0,23% na comparação com o mês anterior, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No acumulado do ano, comparado com o mesmo período de 2019, observou-se aumento de 0,01%, enquanto nos últimos doze meses houve aumento de 0,06%.

De acordo com o estudo, o segmento de tapetes foi o que apresentou maior crescimento em julho (+0,41%), seguido pelos segmentos de cortina (0,35%) e utensílios de plástico (0,15%).

Em contrapartida, os segmentos que apresentaram maior queda foram papelaria (-1,53%), artigos de papelaria (-1,21%) e utensílios de vidro e louça (-1,06%).

Importações x exportações

No mês de junho, o Brasil mais importou do que exportou produtos de artigos para casa e decoração. As importações brasileiras do setor atingiram US$ 84,4 milhões, um aumento de 43,2% em relação a maio. No acumulado de 2020 (janeiro a julho) as importações acumulam um montante de US$ 605,3 milhões.

Já as exportações somaram o total de US$ 81,7 milhões, registrando um aumento de 17,5% em relação ao mês anterior. No período de janeiro a julho, as exportações acumulam um montante de US$ 477,1 milhões.

Dentre as importações brasileiras de artigos para casa, a linha de produtos de decoração teve a maior participação no primeiro semestre, representando 56,6% do total de importações do setor no período.

Destacam-se as importações de roupas de cama, mesa e banho, com 17,4% do total das importações de artigos para casa, além de representarem também 23,6% das importações de artigos de decoração.

A segunda linha de destaque nas importações de artigos para casa é a de produtos de uso doméstico e pessoal, que representa 37,3% das importações no período. Na sequência, está a categoria de presentes, papelaria e tabacaria, com 6% das importações do setor.

Quando o assunto são as exportações, a linha de artigos de decoração representou 68,% das exportações brasileiras de artigos para casa realizadas de janeiro a julho. Destacam-se as exportações de complementos do mobiliário, responsável por 59,5% do total exportado pelo setor nesse período e também por 86,7% das exportações da linha de artigos de decoração.

Em seguida, a linha de artigos de uso doméstico e pessoal representa 28,2% do total das exportações do setor nos sete meses de 2020. Nela, destacam-se os produtos de limpeza, responsáveis por 37,5% das exportações de artigos de uso doméstico e pessoal.

Para finalizar, os artigos de presentes, papelaria e tabacaria representaram 3,2% das exportações.

Destinos

O pódio de países destino das exportações brasileiras é composto pelos EUA, com participação de 32,8%, seguido pelo Reino Unido com 6,1% de participação e pela Argentina, que ocupa o terceiro lugar com 5,9% do total exportado.

Entre os países que mais forneceram produtos para o Brasil estão a China, em primeiro lugar, com participação de 66,9%, seguida pelo Paraguai, com 8,7%, e pela Índia, com 3,7% do total importado.

Nova realidade

Uma pesquisa inédita realizada pela ABCasa e pelo instituto IEMI Inteligência de Mercado revelou os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no hábito de compra dos consumidores dos segmentos de cama, mesa e banho, utilidades domésticas e artigos decorativos.

A pesquisa, realizada entre os dias 3 e 8 de junho com 404 consumidores de todo o Brasil que compraram ou planejam comprar artigos dos segmentos analisados, revelou que 57% das pessoas entrevistadas, apesar da pandemia, fizeram compras de produtos do segmento.

Dentre os artigos mais consumidos do segmento analisado, 44% foram de Utilidades Domésticas, 37% de Cama, Mesa e Banho, e 19% de Artigos Decorativos.

A pesquisa também revelou como os consumidores pretendem fazer suas compras, uma vez que muitas cidades ainda estão com restrições para a abertura das lojas físicas. Eles responderam que comprarão pela internet (40% dos entrevistados). Os que comprarão em alguma loja especializada são 33%; em lojas de departamentos, 18%, em hipermercados ou supermercados, 4%, e, em home centers, 3%.

A mudança de hábitos após a pandemia também foi um dos temas pesquisados. Para 74% dos consumidores haverá sim mudanças de comportamento após a pandemia, com destaque para os que informaram que passarão a comprar mais pela internet, que somam 24%. Já 16% buscarão economizar ao máximo nas compras, enquanto 14% irão tentar aproveitar as promoções que virão.

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