Quarentena traz de volta estilo tie-dye

A quarentena forçada, acompanhada do jargão “fique em casa”, além de estimular o investimento no conforto e na decoração da casa e do escritório, também despertou a criatividade de muitas pessoas para vestuário, roupas de cama e acessórios.

Devido ao fechamento do comércio em praticamente todas as grandes cidades e à baixíssima realização de lançamentos no mundo da moda, o jeito é aproveitar as peças que estão no guarda-roupa. Um dos estilos que ressurgiu durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi o “tie-dye”.

O que é tie-dye?

O conceito, que em tradução livre quer dizer “amarrar e tingir”, é uma antiga técnica de tingimento artesanal, segundo a qual uma peça de roupa deve ser torcida ou amarrada e depois mergulhada em tinta.

A técnica, conhecida anteriormente como Shibori, foi desenvolvida por japoneses durante o século VI e usada simultaneamente por africanos e indianos com o nome Bandhani.

O termo “tie-dye” foi adotado somente entre as décadas de 1960 e 1970, quando a comunidade hippie ocidental passou a utilizar a técnica em estampas de roupas, tornando-se popular por adeptos como John Sebastian e Janis Joplin.

O estilo já havia retornado na década de 1990, mas agora voltou com mais força. Prova disso é o fato de que, de 2019 até o início da pandemia neste ano, apareceu em desfiles de diversas grifes como Dior e Chanel.

Nova tendência

O tie-dye saiu das passarelas, foi para as páginas de influenciadores e acabou ganhando força nos últimos meses, a ponto de muitos famosos aderirem ao estilo, tanto na montagem do visual quanto na produção caseira.

No momento, é uma tendência presente em várias peças das modas feminina e masculina, sendo encontrado em camisetas com estampas coloridas e calças de moletom, que trazem a estamparia para o dia a dia. Também podem ser feitas aplicações em paredes, almofadas, sofás, colchas, entre outras possibilidades.

O tecido e as tintas

Existem diferentes formatos com os quais é possível produzir cada peça de forma basicamente única, incluindo espiral, listrado e marmorizado.

O primeiro passo é escolher a peça certa, sendo primordial que esta seja lisa e branca. Os melhores materiais são seda, algodão e lã. Vale ressaltar que outros tecidos podem não reter os pigmentos tão bem quanto estes.

As tintas precisam ser próprias para tecido a fim de que não desbotem. Além disso, precisam estar bem líquidas e armazenadas em garrafinhas com bico para facilitar a aplicação exatamente onde se deseja.

Algumas fórmulas em pó para tie-dye, que devem ser misturadas com água fervente, estão disponíveis no mercado. Outra opção é diluir uma tinta de tecido tradicional, seguindo cuidadosamente as instruções da embalagem.

Como fazer

A forma como se amarra a peça antes de aplicar a tinta determinará o resultado do tie-dye. Ao usar elásticos ou barbantes, é possível prender a blusa, a calça ou qualquer outra peça de formas diferentes para gerar desenhos variados.

As partes cobertas pelas amarrações permanecem com a cor original, enquanto as partes ao redor são cobertas pelas tintas aplicadas. No caso de um efeito espiral, é preciso torcer a peça pelo centro até que esta fique enrolada por inteiro, como um caracol. Depois, basta prendê-la com três ou quatro elásticos, cruzando no centro.

Se quiser criar manchas mais espalhadas e abstratas, a dica é amassar a peça com as mãos e prender os elásticos aleatoriamente.

Encaixados um dentro do outro, círculos podem ser criados puxando o centro da peça para cima, prendendo, depois adicionando outro elástico em um ponto localizado alguns centímetros para trás e, em seguida, outro elástico um pouco mais afastado e assim por diante.

Criando os efeitos

Após esta apresentação das ideias mais populares, agora é hora de conhecer outras técnicas de efeitos do tie-dye. Confira:

Ombré

Para criar esse efeito, nenhuma dobra deve ser feita. Apenas mergulhe o tecido na mistura de tinta ou, simplesmente, deixe-o de molho na tinta. A cor subirá lentamente pela extensão do objeto e o resultado será o ombré.

Shibori

É a técnica mais antiga, que permite definir padrões simples ou mais elaborados. Mesmo podendo ser usada em qualquer cor, o Shibori é bastante associado ao azul, já que há um corante natural da mesma cor disponível no Japão.

Para fazer a peça com essa técnica, envolva dobras do tecido e depois as amarre com elásticos, que serão os responsáveis pelo contraste entre os tons coloridos e o branco. Em seguida, aplique a tinta na extensão do tecido e deixe secar.

Listrado

É mais uma forma do Shibori. Para obter o efeito, é necessário dobrar o tecido uniformemente e envolvê-lo em elásticos, que protegerão a parte em branco do tecido. Depois, é só aplicar a tinta em volta dos elásticos.

Espiral

Provavelmente, esta é a técnica mais famosa e a encontrada com maior frequência em camisetas. Para viabilizar o efeito, o formato espiral pode ser elaborado torcendo-se o tecido em círculos e amarrando-o com elásticos, impedindo que o objeto se distorça. Em seguida, é só distribuir a tinta pelo tecido.

Candy Corn

O nome vem de um doce muito popular nos Estados Unidos, o milho doce. A técnica utiliza três cores, em geral amarelo, laranja e branco. Para criar o efeito, divida o tecido em várias partes e aplique camadas de cores de baixo para cima.

Já que a quarentena ainda pode durar alguns dias, que tal aproveitar o tempo e criar looks exclusivos com peças simples que estão no guarda-roupa? Então, boa sorte!

Fontes: Revista Casa e Jardim e Lojas Renner

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